2 de fevereiro de 2018

La passion

Alvaro:
A paixão é uma coisa muito perigosa pra mim. Passei a adolescencia me apaixonando por gente que não me queria e só me rebaixava. Quando eu comecei a ter relações recíprocas eu percebi que eu gosto de ter minha liberdade e independência, e ninguém nunca entendeu isso.
Em uma época da minha vida a depressão surgiu e tomou conta, uns 8 anos atrás. Passei anos em terapias, indo a médicos, tomando remédio, fazendo tudo certo. Não conseguia encontrar um motivo ou um gatilho pras minhas tristezas.
A uns 2 ou 3 anos eu comecei a me observar mais e a refletir mais sobre mim e não sobre o meu redor. Quando meu corpo começa a produzir os hormônios pra paixão minha cabeça começa a doer, tenho pensamentos obsessivos por horas, tenho sonhos, faço coisas pensando na pessoa... Mas nem consigo chegar perto. Fico sofrendo de longe que nem eu fazia antigamente, quando eu chego perto eu não consigo desenvolver. É o medo da rejeição de novo, é não saber lidar com essa paixão depois que percebe que não é correspondida. É o medo de destruir essa noia, medo dela virar algo maior, medo de ficar mais triste, medo de chegar no buraco de novo.

O que tá ao meu alcance é deixar passar, tentar esquecer e viver a vida como se isso não afetasse. Não é que eu seja uma pessoa romântica, não sou, não idealizo, não quero casar nem viver junto, tenho um pouco de aversão a isso. É talvez uma necessidade física ou sexual que eu não consigo suprir e sofro por isso.

Eu queria que isso não me afetasse pq eu sei que pra algumas pessoas isso é um detalhe isso não mágoa e isso não tem importância. Mas eu não sou igual.
Tô cansado de me apaixonar

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